Viver com ou sem dor. A escolha é nossa.

Recebi essas palavras de uma amiga de longa data. Amável, gentil, sincera e ultimamente muito sábia. Refletindo sobre o conteúdo do e-mail dela cheguei à conclusão que o sofrimento é inerente à vida. 

Todos nós, sofremos no passado, no presente ou sofreremos no futuro. Isso é certo. Sempre com um sentido, com um objetivo. Seja para aprendizado ou para desenvolvimento do caráter. Sempre estaremos tendo a oportunidade de aprimorar nosso caráter.

Quando você pensar que está sofrendo, que sua dor é grande, que seu futuro é incerto. Tenha a certeza absoluta de que muitas outras pessoas estão passando por conflitos semelhantes aos seus ou ainda, bem maiores que os seus. Sempre. De histórias e referências temos muitas, sempre tivemos e nossos filhos sempre terão. Deus não nos entregou Seu único filho, sem antes nos dar os melhores exemplos e referências para nossa vida.

Se você não crê em Deus ou em Cristo, ao ponto de não reconhecer seus exemplos, histórias e referências, então apenas creia no milagre da vida. Creia na concepção da vida, no milagre da natureza.

Reflita:
  • Como uma mulher, trabalhando demais da conta, num trabalho ingrato e mal pago, consegue administrar família, casa, marido, trabalho e dois filhos excepcionais? Como administrar tantas variáveis, caminhar por “territórios desconhecidos” e ainda estar sempre sorrindo e cheia de disposição?
  • Como uma mulher depois de um acidente ganhando apenas uma nova condição (a impossibilidade de se mexer do pescoço para baixo), pode exibir uma carreira tão brilhante? Deputada federal, escritora, publicitária, psicóloga, colunista de revista, empreendedora social, ex-secretária municipal e ex-vereadora na Câmara de São Paulo.
  • Como uma mulher pode decidir viver sem dor depois de ser estuprada violentamente?

O que não se explica no natural só pode ser sobrenatural. 
E o sobrenatural que sempre vence é o divino, aquele que vem de Deus.


Todos nós sofremos. Mas devemos aprender dia após dia a lançar em Deus nossas angústias, temores e terrores. Precisamos aprender a dividir experiências. Acreditar no amor. Precisamos nos dar conta de que o nosso coração ainda bate, nossa alma ainda sente e de que nosso espírito ainda aprende.

Imagem: morgueFile free photos

Pacote de Mentiras

Pedimos para nascer? Alguns até acreditam que sim. Mas será que pedimos para viver as experiências que vivemos ao longo da vida? E quando temos a certeza de que a vida nos entregou um pacote de mentiras, o que fazer? Como escapar? Se espremermos bem todos os anos de nossas vidas, todos os meses, dias, minutos e segundos. Se torcermos tudo, centrifugarmos, vamos obter sempre duas coisas, dois pesos ou duas medidas. 

Uma medida de verdade, que se resume em tudo que é sobrenatural. E por outro lado, outro tipo de medida, a medida natural, humana, corruptível e falha. Normalmente é esta a medida que contém ego, mentira, engano, engodo ao erro. 

Algumas pessoas que passaram pela minha vida ou pela sua, puderam contribuir com esses dois lados. Mas particularmente em minha vida, a grande maioria, sem se dar conta, contribuiu como fermento para o crescimento do que estou chamando hoje de: um pacote de mentiras. 

Fui estrategicamente projetada para segurar um casamento. E como âncora que me tornei, segurei um matrimônio por muitos anos. Não sabia que um bebê, uma criança, tinha tanta força assim, a fim de segurar uma relação baseada em poder, egoísmo, violência, dinheiro, sexo e traições por tantos anos. Em algumas fases de minha vida cresci dentro deste pacote de mentiras, fiz parte dele. Vi com os meus dois olhos, ele sendo construído, produzido e enfeitado. Em algumas fases tentei sair de dentro do pacote, mas encontrei ambientes desconhecidos. Por vezes tentei me adaptar...em um novo lar, em uma nova família, em uma nova escola. Sobrevivi. Mas as experiências as quais desfrutei foram naturais, humanas e cheias de engano.

Tentei então formar a minha própria família. Foi aí que comecei a viver o sobrenatural. Isso ocorre quando nos tornamos co-autores de nossa próprias vidas (o autor principal de nossas vidas é o Pai). Vivi experiências incríveis e inexplicáveis aos olhos humanos. Algumas armadilhas foram preparadas e eu caí como uma perfeita, patética e tola ovelha. Caí em armadilhas. Até hoje alguns laços aparecem tentando me fisgar. Fui forjada no fogo. Cada luta doeu demais. Cada nocaute consumiu um pouco da minha inocência e ingenuidade até não sobrar mais o ego, o "eu".

Após tantas frustrações e decepções é difícil ter fé, é mais fácil dar ré. É difícil tentar sobreviver. Reflita, pra que você sobrevive? Por quem? Por que tanta luta? Por que tanto estresse, tanto trabalho? Por que tudo isso?

Me pergunto por que tive que reaprender a engolir, a comer, a falar, a andar. Por que ainda luto para manter o mínimo de dignidade? Por que mendigar refrigério ou um pouco de amor e carinho? Por que eu perdi a capacidade de produção, de execução, quando é a única coisa que o mercado de trabalho valoriza? Por que venho tentando sobreviver desde que era uma massa esquisita no útero de minha mãe? Sinto no ar a graça e a misericórdia de Deus, sinto Sua presença, mas não sei como ser feliz...

Quero o genuíno, o autêntico, o sobrenatural. O incorruptível. Cansei. Cansei de lutar por dinheiro. Cansei de buscar meus direitos. Estou cansada de me humilhar por migalhas de amor e carinho. Cansei deste pacote de mentiras. 

Sei que não podemos compreender as obras de Deus (afirmativa registrada na bíblia-Ec. 11:5). Só quero sonhar os sonhos de Deus, estar no centro de Sua vontade, pois não tenho mais tempo a perder. Você também. Faça o mesmo.

...pacote de mentiras, fiz parte dele.
Vi com os meus dois olhos, ele sendo construído, produzido e enfeitado.




Compreendendo a diferença entre teoria e prática. Coragem para errar.

Estou começando a perceber a imensa diferença que existe entre minhas ideias, conceitos e teorias que tenho e as viabilidades práticas para executá-las. De uma forma ou de outra, os acontecimentos e as circunstâncias ambientais não viabilizam a aplicação de muitas de nossas ideias. A execução é mais complexa do que simplesmente sermos estimulados por uma boa ideia. É bem provável inclusive que tenhamos de mudar nossos planos e assim percebamos o quanto algumas de nossas ideias, conceitos ou teorias estão meio defasadas ou ainda são meio ilusórias, como sonhos; como algo impossível.

Tudo isso pode chatear muito, pois é de fato muito chato quando planejamos as coisas, quando criamos toda uma ideia de como proceder, de como agir e ocorrem imprevistos que nos levam a ter de replanejar tudo sob uma nova ótica ou retrabalhar os conceitos originalmente obtidos.

Mas temos uma excelente oportunidade para trabalhar nossa fé, a fim de acreditar que os sonhos podem ser alcançados, porém tudo, sempre, vai requerer ação, execução e coragem. Ação para colocar as ideias em movimento. Execução, fazer, ter disciplina para colocar em prática. Coragem para errar quantas vezes for necessário. Esse é o maior desafio: ter coragem de errar. Coragem para ter uma mente flexível, coragem para cansar e começar de novo, coragem para cair e levantar de novo, sempre, aprender novas maneiras de como fazer as coisas.
Costumo sofrer demais por antecipação, vendo as coisas apenas sob um determinado ponto de vista. Imaginando os eventuais e possíveis pontos negativos. Aí vem a vida, agora, há 8 meses atrás, de repente, me obrigando a ver o outro lado das coisas. Quando não seguimos adiante, Deus encontra maneiras de nos fazer andar. Isso é libertador, muito mais do que ser apenas uma "coisa chata", uma verdadeira aventura; dura, às vezes hilária, às vezes cruel.
Reconhecer que Deus está em tudo e em todos e que as coisas acontecem por que Ele assim permite, ocorre raramente e só vem a reforçar a ideia de que este é um momento para aceitar, humildemente, que não sabemos de tudo, que não conhecemos todas as verdades, que precisamos abrir mais nossa alma e espírito para aquilo que Deus, a vida - e as outras pessoas - têm a nos ensinar, ainda que não sejam coisas que venhamos a gostar de ouvir, ver ou de sentir.

Doces pecados e livramento de Deus

É comum numa empresa em que trabalhei adotar o que se chama de motoboy comunitário. Um dia da semana é selecionado para usar um motoboy a fim de resolver problemas e dar aquela mãozinha para ajudar os funcionários, em algumas atividades. Um serviço muito bom e fundamental disponibilizado por empresas que pensam no bem estar de seus funcionários.

Trabalhei nessa empresa e confesso que tenho saudades. Saudades do bom ambiente, da harmonia buscada no dia a dia e no prazer de trabalhar no que mais amo, que é a área de eventos. Por quase 9 anos desfrutei deste prazer.

Pois bem, a pessoa que venho chamando neste blog de alma boa usou desse serviço para abençoar minha vida. Vários foram os dias de quarta-feira em que recebi as mais diversas manifestações e formas de carinho, de vários colegas. A alma boa canalizou e movimentou amigos para me abençoar através deste serviço.

Na quarta-feira, dia 17 de outubro eu estava me arrumando e como sempre, na costumeira dificuldade de lidar com a tontura, pois eu fazia as mais diversas atividades como: sair do banho, me secar, me vestir, "dar um tapinha na cara" (dando um jeitinho no visual - se é que tem jeito para isso...rs), colocar comida para o Spike, colocar água...e continuar correndo...desligar o gás, o rádio, checar os documentos para o compromisso médico, etc...ufa...Fazer tudo isso me deixa tontinha pois envolve andar, girar, correr, agachar, levantar, sentar...é muito movimento para uma cabeça só...(e cabeça esta, que agora está com defeito - ou como dizem "com uma cicatriz").

Enfim saí pela porta e fui até o barzinho me alimentar, afinal estou tentando seguir à risca a alimentação de 3 em 3 horas. O horário já estava vencido, era tempo suficiente para almoçar voltar e pegar toda a "tralha" (bolsa, remédios, documentos, etc) para ir à mais uma rotina médica.

Almocei e voltei correndo (leia-se: andando como uma patinha fugindo de um predador). Ao entrar no prédio o zelador me disse "deixaram um presentinho pra você"...eu respondi "obrigada", já chegando em minha porta e avistando uma sacolinha vermelha com uma graciosa palavra escrita: Kopenhagen...Ahhhh...Nunca foi tão bom ler essa palavra, essa marca...só ler a palavra já me deixou com água na boca...até agora escrever sobre isso já me deixa salivando...

Entrei em casa pensando no meu atraso, no metrô que eu teria de enfrentar e no conteúdo da sacola...abri e vi uma linda caixinha embrulhada com papel da Kopenhagen e com laço vermelho...minha vontade naquela hora era rasgar tudo e devorar o conteúdo; eu já sabia o que era: se foi entregue numa quarta-feira, era o motoboy comunitário da Abendi, se era da Kopenhagen era um presente da Eliene que havia me prometido que eu experimentaria o sabor de uma verdadeira Nhá Benta. A Nhá Benta da Kopenhagen! Na hora pensei...que linda! Ela lembrou! Que bom!

Com a sacola em mãos pensei em deixar no sofá, depois lembrei do Spike (meu peludo de 4 patas), peguei minha "tralha" e deixei na cadeira...estava indo embora e lembrei "na cadeira não!!!"...voltei e coloquei a sacola no centro da mesa de jantar, na sala....pensei "impossível ele subir aqui"...corri e saí pela porta atrasada para meu compromisso médico.

Era rua, farol, buracos, escadarias, 3 linhas de metrô cheias e a patinha alucinada foi-se para seu compromisso, naquele dia, na Vila Mariana. A rotina médica daquele dia envolvia condicionamento físico, fisioterapia, terapia ocupacional e nutrição. E a patinha chegou ao seu destino...esbaforida e pensando na caixinha de Nhá Benta que devoraria ao final daquele dia.

A maior surpresa daquela rotina médica estaria para sempre na minha memória, na 1 hora de esclarecimentos e ensinamentos sobre nutrição. Contei para minha nutricionista que eu havia sido diagnosticada com diabete. Pra quê. Tive  uma aula sobre o assunto. Aprendi a causa, as consequências, os alertas, aprendi tudo...ao final confessei à ela: "ganhei hoje uma caixa de Nhá Benta da Kopenhagen!!!", e ela me respondeu: "ótimo, dê de presente para alguém...", na maior normalidade, quase chorei como criança...

Saí daquela sala pensando no presente que havia ganho da minha amiga. Pensei no gosto, no cheiro, na maciez das mordidas que eu poderia dar naqueles docinhos tão fofinhos. Ahhh meu Deus...só de escrever e de relembrar me dá agonia...

Voltei para casa pensando em como poderia agradecer pelo presente que eu não poderia desgutar. Era a aula de nutrição, a diabete (ou a "Tia Beth") na minha cabeça...era o pensamento que o Philippe já poderia estar em casa e aguçado pela curiosidade, estaria devorando meu presente...Eu não sabia direito o que pensar. Eu havia ganho algo que não poderia usufruir? Como assim? Que tortura!!

Como de costume ao chegar no metrô próximo à minha casa, liguei para o Philippe afim de checar se já havia chegado e se poderia me buscar no metrô. Prontamente ele atendeu. Pedi a ajuda de costume e nos encontramos. Fomos comer alguma coisa no barzinho e eu aproveitaria para relatar a ele o que eu havia aprendido naquela tarde.

Chegamos ao barzinho e conversamos sobre minha aula de nutrição e sobre minha tarde em geral. Comentei "justo hoje que aprendi tudo isso, ganhei um presente da Kopenhagen"...ele balançou a cabeça como forma de questionamento. E eu perguntei "quando você chegou em casa, viu uma sacola vermelha sobre a mesa?"...ele respondeu "eu cheguei e vi um monte de papel picado no chão" e ele completou "juntei tudo e joguei fora". Fiquei sem reação...perguntei "vai me dizer que o Spike comeu meu presente!!!"...e na maior inocência meu filho sem entender deu de ombros...

Ao chegar em casa comprovei a suspeita. No canto da sala estava a caixa de Nhá Benta. Eu não sabia se ficava furiosa ou se refletia no significado daquela situação. Mas eu sabia que poderia ter tido uma crise de hiperglicemia se eu tivesse devorado aquelas delícias. Eu queria brigar com o Spike, mas ao mesmo tempo reconhecia a mão de Deus naquela situação...

Continua sendo meu sonho comer uma dessas

Eu brigava com meu lindo e fiel escudeiro, ralhava com meu amigo e diabolicamente inocente poodle branquinho..."como você fez isso!!?", mostrando a caixa encontrada como evidência do crime cometido..."como!!?"...ele enfiava o focinho no meio das patinhas sabendo que havia feito besteira. Como sempre muito inteligente, ele estava consciente do crime, do delito cometido...mas no fim eu sabia que não havia coincidências...pois aprendi ao longo da vida que em tudo há a onisciência de Deus.

Eliene, linda, agradeço seu gesto e quero que saiba que em minha mente eu dei cada mordida naquelas delícias, comi cada Nhá Benta com minha imaginação e com minha criatividade, mas me faltaram neurônios especiais para meu paladar sentir toda a textura e doçura daqueles pecados.

Um beijo no coração.
da sua amiga Anne

Almas boas renovando outras almas. Quem se candidata?

É notável como o ser humano tem capacidade de reconstruir, sejam prédios, pontes ou cidades quando necessário.

Simplesmente conseguem a transformação do caos em obras gigantescas e admiráveis. Quer exemplos? Durante a Segunda Grande Guerra, muitas cidades foram completamente destruídas, na Europa, no Japão então, tivemos uma tragédia maior ainda. Quando acontecem as grandes tragédias naturais como terremotos, Tsunamis ou como em um episódio recente na América no WTC.

Em pouco tempo as pessoas absorvem a dor pela perda das vidas e acontece um fenômeno da reconstrução. Onde prédios são reerguidos, com mais graça que os anteriores. Entendo que, quando se trata da reconstrução material pura e simplesmente acontecem milagres. Pessoas que algumas vezes nem se conhecem, acabam se unindo em torno de uma CAUSA e reconstroem.

Mas quando a reconstrução se trata única e exclusivamente de um ser humano? O que pode ser feito para ajudar?

Sim, existem pessoas e todos nós passamos por momentos, situações que necessitamos de nos reconstruirmos. Em diversos aspectos. Pode ser um relacionamento que desmoronou, um trabalho perdido, um familiar que nos deixou. Enfim são inúmeros os momentos em que é preciso limpar o terreno dos escombros, buscar uma nova planta e começar a reconstrução.

Nessas horas é que contamos, ou melhor, necessitamos do apoio de amigos, daquelas pessoas que abrem mão de alguns afazeres para estender suas mãos em nossa direção e contribuem nessa reconstrução.

É obvio que nessa obra não ficará um monumento à união, a capacidade empreendedora, em forma de prédios para serem admirados. Fica simplesmente um gesto de gratidão, uma alma renovada, habitando um novo ser humano.

A pergunta que fica no final desta reflexão, é: Até que ponto, nós nos dispomos a ajudar na reconstrução de outro ser humano?

Pense nisso...
de Sigmar Sabin

Quem é a Anne?

Hoje não posso definir quem sou, mas posso dizer que sou uma pessoa em reconstrução com algumas bases já pré definidas em planta baixa. São quatro as bases: a qualidade de vida, o amor, a família e a minha essência.

Em 37 anos de vida, acredito que nunca visei viver a vida com qualidade. Nunca vivi a vida com esse propósito específico. A qualidade de vida para muitos, em nossa sociedade, se baseia no status, no dinheiro e no conforto. Infelizmente acreditei nesse sofisma. Hoje, aprendi que a verdadeira qualidade de vida se baseia em saúde física, emocional e espiritual. 

Amor. Amei muito, me doei muito, colhi pouco. Muitas vezes colhi rejeição e engano. Isso porque plantei sementes secas, em terras estéreis e nas estações erradas. A lei da semeadura existe e funciona. Sou prova disso. Colhi o que plantei.

Família. É a que hoje forma meu lar; eu, meu filho e nosso pequeno pet, Spike. É o amor sem cobrança, é natural, simples e puro. 

Enfim, minha essência. O Eu, que já se assombrou muito com a mente humana. O Eu que já viveu vários papéis; de histórias tristes na maioria das vezes. Agora chega. Chega de mimimi. Chega de ser anjinho dos outros.

Agora vivo um momento único. Um momento de reconstrução, porém só com tijolos selecionados; os melhores que sobraram da demolição. Tijolos onde prevalecem as memórias boas, tijolos com emoções e experiências boas. Tijolos, que um a um, resultarão num novo ser humano, amado e querido, valorizado e respeitado. Nunca optei pela minha construção, mas hoje posso optar pela maneira como vou me reconstruir. Agora tenho pressa, não posso parar.

Depois de muita reflexão, consegui definir um lema e uma missão, que passam a identificar melhor a minha pessoa.

Meu Lema: Ser uma jornada dentro de mim, através de mim, para além de mim.

Minha Missão: Sou uma pessoa criativa, reflexiva e expressiva cuja missão é mostrar ao próximo o poder do pensar, da introspecção, da reflexão, a fim de que este possa se encontrar em Deus.

Deixo aqui um beijo carinhoso a vocês.


Agora vivo um momento único. Um momento de reconstrução, porém só com tijolos selecionados; os melhores que sobraram da demolição.

Uma amizade verdadeira é como uma alma em dois corpos

Como é especial contarmos com o apoio, com a força e com o incentivo de amigos verdadeiros. Amigos em todas as horas. Amigos que são usados por Deus, como instrumentos para nos abençoar nos momentos certos.

Nesse meu momento de luta constante (todo dia, a cada levantar, a cada tarefa de casa realizada, a cada andar, a cada compromisso médico cumprido) consegui enxergar a vida por uma nova ótica. Ganhei um caleidoscópio sobrenatural e lindo!

O verdadeiro valor da vida encontramos em coisas simples. Num gesto, num abraço, numa mensagem "oi como você está?", num telefonema. Foi através de pequenas ações que redescobri o amor de Deus através das pessoas que me cercam. Cada um agindo à sua maneira acabou sendo usado por Deus para semear algo de diferente e novo em minha vida.

Agradeço a Deus por cada amigo, cada amiga que Ele colocou em meu caminho. Incluindo as novas amizades e os novos sentimentos que experimentei. Agradeço a Deus por novas lágrimas que me ajudam a "lavar" a alma e aplacar o cansaço do final do dia. Sobretudo agradeço a inspiração de escrever e poder dividir meus sentimentos e experiências com outros.

Meu AVC não foi uma bronca, não foi um alerta ou um puxão de orelha, meu AVC foi muito, mas muito além disso. Ele alcançou e resgatou uma pequena chama que havia dentro de mim. Uma chama que ainda estava acesa no meu mais profundo ser, num lugar oculto em minh´alma. Uma chama do tamanho de um grão de mostarda, porém cheia de vida, coragem, fé, amor, felicidade, paz e autoestima...enfim como pode tanta coisa estar reservada no interior de uma milionésima parte das nossas almas? Acredite. Se eu identifiquei essa chama dentro de mim, é porque ela também existe dentro de você. Você a tem dentro de você; essa pequenina parte sobrenatural existe! Jogue lenha nela! Mãos à obra! Incendeie-se! E assim incendiará o mundo com essa energia boa. Essa coisa boa que vem de Deus!

Leiam que passagem maravilhosa de Lucas 11.
v.5 Então Jesus disse aos seus discípulos: – Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: “Amigo, me empreste três pães.
v.6 É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer.”v.7 – E imaginem que o amigo responda lá de dentro: “Não me amole! A porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para lhe dar os pães”.v.8 Jesus disse: – Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar.v.9 Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês.v.10 Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate.

I Coríntios 2.9b complementa minha experiência. 
 “O que ninguém nunca viu nem ouviu, e o que jamais alguém pensou que podia acontecer, foi isso o que Deus preparou para aqueles que o amam.”


Imagem da Internet



Posso acreditar em tudo, desde que seja incrível.

Imagine-se tomando banho e usando o seu último sabonete.... 


Ou então imagine ao final "daqueles dias" (se você for uma mulher) e observar que seus absorventes estão no fim, o mesmo acontecendo com seus cotonetes, papel higiênico, etc. Eu suporto tudo menos falta de higiene. Adoro me cuidar. Adoro produtos de higiene. Sempre fui vaidosa. Pois é, então, essa situação aconteceu na semana retrasada. E para minha surpresa, na semana passada recebi em minha casa um pacote surpresa. Ganhei de amigas lindas e doces, produtos de higiene. 

Não tive nem o tempo de pedir essas coisas em oração. Só pensei. E Deus conhecia meus pensamentos. Enviou a provisão que literalmente bateu em minha porta. Minhas necessidades prestes à se materializarem, foram postergadas. Deus usou pessoas queridas para me abençoar...Isso é incrível.

Por isso peço que acreditem, que tenham fé, pois Ele cuida de todos os seus filhos, sempre! Milagres existem. E quando falo de milagres, não são necessariamente somente as grandes coisas. Milagre é sempre milagre. Os milagres também estão nos detalhes, nas pequenas coisas. Nas coisas do dia a dia. Creia.


Não tive nem o tempo de pedir essas coisas em oração. Só pensei. 
E Deus já conhecia meus pensamentos.

Todos, temos algo para repartir (e sempre teremos).

O que tenho reparto com meus amigos e irmãos de fé. 

Imagem: internet

É um milagre poder escrever, falar, andar, engolir, comer (a melhor parte..rs). Sempre fui boa de garfo. Sempre tive alguns pratos preferidos. E hoje posso dizer que reaprendi a comê-los. Reaprendi a engolir, a comer, tomar banho, andar; agora só falta correr (e falta pouco...rs).

Tudo graças à misericórdia de Deus. Renasci no dia 10 de março de 2012, entre meio dia e 14h. Dia em que tive um AVC Isquêmico de tronco, que afetou fala, deglutição, equilíbrio, coordenação motora, e outras ações como correr, andar, ficar em pé, além da aparência da face na área dos olhos e boca, quando eu sorria.

Reaprendi a engolir, a comer, a andar, a tomar banho e a me equilibrar...o básico consegui reaprender em um mês. Entrei no hospital meio torta, cambaleando. Saí do hospital andando e o maior prazer foi sair do hospital, ver o dia e me sentir livre (afinal fiquei 27 dias internada no hospital).

Ainda me recupero, ainda estou reaprendendo e voltando a ter prazer nas mínimas coisas. Prazer em cozinhar a própria comida, prazer no artesanato, prazer em limpar e organizar a casa. Aprendi o real valor de um beijo e de um abraço. Aprendi o valor de um louvor cantado por um irmão para ministrar minha vida. Aprendi o valor da visita de um irmão na UTI. Dalva e Márcio, agradeço a visita de vocês enquanto estive na UTI. Obrigada.  Aprendi que na crise alguns amigos aparecem e alguns desaparecem. Aprendi muitas coisas, mas a melhor de todas as coisas que aprendi foi entender a forma de Deus operar. Às vezes Deus opera através de nós e às vezes Ele opera em nós. Às vezes a obra é tão completa que acontecem várias coisas ao mesmo tempo.

Nesse ano Deus está operando em mim; e através de mim alguns médicos passaram a crer em Deus (isso aconteceu no hospital). Espero ainda que outros creiam que Ele existe, que é real e onipotente. Sempre, sempre e sempre, Deus terá o controle de tudo...e nunca nos abandonará.

Agradeço às igrejas que oraram. O poder e o mover das orações é realmente incrível. Aos irmãos e amigos que me visitaram e me escreveram. Aos amigos que foram em casa. Àqueles que estão até hoje ao meu lado.

Tristeza gloriosa

Os filhos crescem e a idade dos pais avança. Nós, pais, vamos vivendo para a família, filhos, casa, trabalho e a vida vai passando, quando uma doença ou um acidente "bate à nossa porta". Como ficam nossos filhos? Eles estão preparados para receberem uma notícia grave?

Quem deu a notícia do meu AVC ao meu filho? Eu mesma (foi ele quem me contou isso, não me lembrava de muita coisa). Como ele me viu viva num primeiro momento, ele não ficou tão assustado, mas se assustou ao me ver numa cama de UTI, cheia de remédios, fios conectados, com máquinas apitando enlouquecidas. Eu cuspia numa toalha e tinha a voz absolutamente rouca. A voz e a deglutição já estavam comprometidas.

Durante as visitas, eu sempre tentava me manter falante e bem humorada, mas o cansaço era terrível. Assim que o horário de visita acabava, a rotina da UTI me engolia novamente, eu voltava à me entregar nas mãos dos médicos e enfermeiros.

Quais são os pais que preparam os filhos para momentos como esse? Que eu tenha conhecimento, nenhum. Se os filhos não estão preparados para um momento de crise, como eles agem na hora da crise, na hora do problema? Como reagem emocionalmente?

Alguns amigos desaparecem em momentos de crise, outros se mantêm em contato com promessas do tipo "estou te devendo uma visita", "como você está?", "semana que vem vou te ver". Promessas em vão. Alguns amigos podem desaparecer, pois possuem o livre arbitrio, podem escolher. Os filhos, principalmente, crianças, jovens e adolescentes, estes não podem escolher. Precisam ficar ao lado dos pais e ajudar.

Meu filho de 15 anos no início ficou tranquilo, mas depois que começou a identificar algumas sequelas em mim, ele se preocupou. Percebeu que eu estava frágil, vivendo um momento delicado. Do dia para a noite ele precisou se alimentar sozinho, cuidar da casa, do cachorro, das correspondências, dormir sozinho.

Ainda bem que Deus instituiu a formação de filhos através da participação de homem e mulher, por isso no meu caso a presença do pai do Philippe, meu ex-marido, foi fundamental.

O Philippe dormiu sozinho do sábado (10 de março) para o domingo (11 de março), dia este em que conseguiu comunicação com o pai. Se não fosse a existência e presença do pai, o Philippe teria que se virar totalmente sozinho (pois a maior parte da minha família vive em outro país) por pelo menos 27 dias, período este em que fiquei internada.

Percebi nesse período e agora no período da minha alta do hospital que meu filho já tinha crescido, percebi nele o senso de responsabilidade aflorando, percebi que estava se tornando um homem.

Os pais que vivem com seus filhos não se dão conta do amadurecimento, da responsabilidade e da consciência desenvolvidas no dia a dia. Só dá para perceber isso em situações extremas e situações de risco. É nessa hora que se percebe se nossos filhos estarão prontos para viver nesse mundo, nessa sociedade.

Ao ser questionado o Philippe manifestou que se sente normal (termo ingênuo e inocente usado por ele). Ele não percebe ser ou não mais ou menos responsável diante da crise que vivemos juntos. Ele percebe sim, que me ajuda mais, que está mais presente nas atividades do lar. Ele não possui a consciência do desenvolvimento da própria responsabilidade. Deve ser difícil ou quase impossível ter essa percepção.

Podem os pais preparar seus filhos para momentos de crise? Os pais devem prepará-los para isso? No caso de morte de um dos pais, no caso de uma doença inesperada, no caso de um derrame com sequelas, como agir com os nossos filhos? Como fazer para que enfrentem a situação de tal forma, no caso sempre emocional, a fim de que não fiquem traumas na vida adulta?

A tristeza gloriosa está em preparar os filhos para esse mundo louco e insano. Tristeza por saber que nós, pais, não somos eternos...que este mundo de hoje é doentio e problemático. Mas temos o privilégio de poder desfrutar da gloriosa missão de formarmos adultos decentes, coerentes, honestos e fortes.


Mãe e filho


Amigos selecionados

Aprendi que as crises que vivemos não afastam os amigos; 
As crises que vivemos selecionam os amigos. 

Agradeço muito de coração por vocês, amigos, que estiveram e que ainda estão ao meu lado nessa fase da minha vida.

Imagem: morgueFile free photos

Seres plenos ou metades ambulantes?

Por algum acaso nascemos para sofrer? 

Nascemos com uma meta pré-determinada de tentar encontrar nossa "cara metade"?...Que Deus é esse que cria seres à sua imagem e semelhança? Por acaso criou ele seres humanos incompletos? Precisamos obrigatoriamente casar para nos sentirmos realizados? Precisamos obrigatoriamente nos apaixonar para nos sentirmos vivos?

Somente hoje, com 36 anos de idade é que reconheço que Deus fez de mim uma pessoa completa, com uma cabeça com algo dentro. Cérebro. E que cérebro! Cérebro hoje admirável! rsrsrs...Cérebro que se refaz, que se reconstrói. Somos seres projetados por Deus de forma linda, perfeita e única. Somos o milagre dEle.

E por que o ser humano leva (alguns) uma vida inteira para reconhecer seus erros, suas limitações? Por que algumas pessoas vão até o fim da linha sendo estúpidas e arrogantes? Por que alguns tem prazer na crueldade?

Nem que eu leve minha vida toda mas espero que no fim, eu seja vencedora, que no fim minha alma esteja linda, leve e feliz, num lugar sagrado. Que no fim eu encontre mais respostas, que eu encontre mais equilíbrio. Não vou esmorecer, não posso, não quero desistir (apesar de forças ocultas insistirem em brincar comigo de cabo de guerra). Não posso desistir...apesar de às vezes desejar ao me deparar com esse mundo cruel, cheio de manchetes de horror.

Quero apagar da minha mente toda a crueldade da terra. Quero "lavar" todas as imagens e sons de horror que já entraram pelos meus olhos e ouvidos. Quero apagar alguns momentos e períodos da minha infância. Alguns dias da minha adolescência poderiam não ter existido. Como posso "queimar" tudo isso? Quero apagar as fases da minha vida onde decidi não lutar, onde cedi e fui fraca. Queria ter gritado em alguns momentos, brigado em outros, lutado...

Para refletir:

"Somos todos perdedores. Se não perdemos na vida, perdemos a vida. Os ganhos tornam-nos deuses; as perdas, humanos. Quem perde com dignidade conquista uma tranquilidade que os tranquilizantes não podem dar".

Que dia! Esse é o meu Brasil?

Acabo de ouvir um pronunciamento na televisão em cadeia nacional. Ouvi palavras e expressões como: "desenvolvimento de pessoas", "trabalhador", "respeito", "esforço do governo", "viver bem", "ser feliz", "viva o trabalhador brasileiro", "combater os mal feitos".

Estas foram algumas das palavras e expressões que acabo de ouvir, hoje, dia 30 de abril de 2012, dia que vivi e vi o que se passa nos postos da previdência social. Hoje passei por uma perícia médica do INSS e vi trabalhadores sendo destratados e humilhados. 

Acabo de sair do hospital onde fiquei internada por 27 dias, passo por uma perícia terrível, na qual a médica perita nem olhou na minha cara, nem falou comigo. Eu mal consigo andar e ela me dá alta? É claro, é óbvio que vou recorrer. Hoje, Dia do Profissional de Eventos (meu dia), véspera do Dia do Trabalhador. Nunca me senti tão humilhada dentro de uma instituição do governo. Fui ao posto do INSS localizado na baixada do Glicério. 

Depois de ir ao INSS fui ao Hospital Samaritano, instituição privada. Fui tão ou mais humilhada na instituição privada que na instituição governamental. O engraçado é que enquanto fui paciente e estava internada, fui muito bem tratada. Será que hoje foi um dia atípico? Enfim...sabemos que nosso país tem problemas. Há falta de leitos em hospitais, falta de remédios nos postos, falta de vagas em centro públicos de reabilitação. Duas duas, uma, ou é questão de super população ou é descaso mesmo.

Gostaria que ao ler esse texto você pudesse refletir um pouco nas seguintes questões:
- Nosso país desenvolve pessoas?
- Nosso país respeita o trabalhador?
- Nosso país combate os mal feitos?
- Em sua opinião o povo brasileiro vive bem? É feliz?

Brasil. Um país de mistérios. Com lindas paisagens esculpidas pelas mãos do Criador. E seres humanos, que nesta terra habitam, capazes das mais terríveis atrocidades. Como pode?

Imagem: morgueFile free photos




Como obter bons resultados

"Reflexões profundas e ideias inteligentes 
não são o bastante para obter bons resultados." 
"O que mais é necessário?"
Dr. Lair Ribeiro


Fica a dica
Imagem: morgueFile free photos



Contrato de Risco

"A vida é um contrato de risco. 
Fracassar, perder, ser vaiado fazem parte das suas cláusulas. 
Quem se aprisiona num casulo com medo dessas cláusulas corre riscos mais graves ainda, sobretudo o risco de enterrar sua própria consciência."
O Semeador de Ideias de Augusto Cury

Imagem: morgueFile free photos

Noites cruéis

Quando as ruas estão desligadas, os carros guardados e as pessoas ausentes, tudo fica em silêncio. Só fica o barulho do teclado e da bomba do aquário. 

Imagem da Internet


Nesse momento o silêncio na vida faz brotar os barulhos da mente. Os questionamentos, as dificuldades e os medos da reabilitação brotam aos montes. O desejo para que o sono venha é imenso. O desejo de não dormir só.

Confesso aos leitores de que não foi e não é fácil ser forte em todo tempo, mas em todo tempo é possível ter fé. Fé de que tudo dará certo. Fé de que a vida financeira vai se ajeitar, fé de que o trabalho será o mesmo ou ainda melhor.

As fraquezas que já existiam afloram. As forças que eu já tinha não são combustível suficiente para as 24h do dia. Como me renovar? Como reconstruir? Mesmo que ajudas externas apareçam fica difícil contar com estas em todo o tempo.

Tempo. Cada um tem um tempo e faz uso dele de sua própria forma. Uns aproveitam bem o tempo. Outros também, mas do seu jeito. O tempo de cada um é particular, mas alguns encontram tempo para compreender o tempo do seu irmão. Algumas pessoas conseguem administrar seu tempo de forma até a doá-lo para outros. Agradeço os queridos que doaram tempo para mim. Foi essencial para minha auto-estima e para me manter "acordada" durante os 27 dias vividos no hospital.

O bom é que as noites cruéis passam rápido. Neste momento desejaria ter alguém ao meu lado, desejaria ter um carinho protetor, um afago ao dormir nos braços seguros de um amor. Amor este que tanto procuro e que não sei onde está.

Encerro minhas palavras ao lado do meu fiel e melhor amigo (melhor amigo do homem), Spike (um poodle branco lindo) e ao lado do meu "Tamagochi", meu querido diário, meu netbook.

Boa noite.

Alma Boa

Esse último domingo foi mais um dia especial. Recebemos, eu e o Philippe a visita da nossa querida amiga "Alma Boa".  

Ela apareceu com todos os apetrechos para a preparação de um divino Yakissoba. Aprendi a fazer Yakissoba e também aprendi a cozinhar as celestiais maçãs cozidas em calda. Realmente algo divino.

Enquanto ocorria o cozinhar, a conversa ia ficando em dia. Falamos sobre amizade, relacionamento, trabalho, propósito de vida. Não imaginei que seria tão lindo estar com amigos cozinhando e comendo. Faz um bem enorme!!!! Para a alma e para o corpo!!!

De sobremesa atacamos um pote de sorvete de flocos! Para lembrar o hospital! A Sil tem parte no sorvete de flocos do hospital. Em um dos dias ao telefone mencionei que já havia comido sorvete de chocolate, de morango, e que queria adivinhar qual seria o próximo sabor. A "Alma Boa" prontamente respondeu flocos!! E não é que o sorvete que veio na sequência foi de flocos!!! Lindo! Devorei o sorvete pensando na Silvana...No almoço bati o olho no sorvete de flocos e a lembrança de tudo me veio à mente.

No final do almoço fizemos as maçãs. Um teste para minha coordenação. Descasquei as maçãs e a Sil arramatou as partes mais grosseiras delas (as bundinhas e a área dos cabinhos). A Sil abriu as metades e tirou o centro e as sementes. Após tudo limpinho fatiou elas dentro de uma linda panela com água e açúcar. Tudo à olho. Foram uns 500 ml de água com umas 6 colheres cheias de açúcar. Tudo em fogo alto.

E ela foi mexendo...uns 10 minutinhos até as fatias todas ficarem translúcidas e uniformes...
Canela em pau junto durante o cozimento....e pronto...a calda não precisa ficar grossa de açúcar pois hoje em dia todos nós precisamos perder peso.

Reservamos o preparado num pirex de vidro a fim de deixar esfriar...enfim minhas próprias maçãs em casa!!! E agora melhor ainda eu sei preparar!!! Uma sobremesa linda, deliciosa, refrescante e fruto de um relacionamento incrível entre duas amigas ligadas por algum motivo espiritual muito especial.

E a "Alma Boa" foi-se. Foi cumprir suas demais missões naquele lindo dia de domingo.

Boa Ação

Como posso eu nesse ritmo de tartaruga fazer compras num supermercado? Como ficar mais de 1 hora em pé andando? Devagarzinho é até possível mas sem dinheiro é impossível.

O André (meu ex-marido), nessa minha nova fase de vida, se revelou como um grande amigo. Me pediu para preparar uma lista de compras. Preparei a lista com tudo que faltava e no último domingo ele pegou o Lipe e juntos foram às compras.

A minha flexibilidade no ato de receber a pensão, deu à ele a liberdade necessária na forma do pagamento. E assim ele agiu como um cavalheiro. Logo no domingo pela manhã, meu armário estava abastecido e além disso com um pouco de dinheiro para os deslocamentos de táxi necessários.


Imagem: morgueFile free photos

Segunda-feira Especial

Soube no último domingo que na segunda-feira, dia 9 de abril eu receberia uma visita especial. Receberia em casa a visita do...

...meu primo Gelson e de sua esposa, Dna. Maria. Ambos vieram em casa e foram usados por Deus para abençoar nossas vidas, a minha e a do Philippe. Eles vieram preparados para uma batalha; vieram preparados para me ajudar numa faxina se fosse necessário. Expliquei a eles que meu maior desafio era a reeducação alimentar. Eu precisava reaprender a cozinhar de forma prática e inteligente, fazer escolhas alimentares inteligentes. A pessoa que eu era antes, aliada dos congelados e dos alimentos ricos em conservantes, precisaria dar lugar à uma cozinheira conhecedora dos alimentos saudáveis e orgânicos.

Conclusão: Fomos dispostos a cumprir uma missão. Fomos, os quatro, ao sacolão perto de casa. Tive uma aula no sacolão e depois fora do sacolão, na minha cozinha. Aprendi a escolher verduras e hortaliças. Escolhemos verduras, frutas para o Lipe (minha pendência ainda está em aprender a comer frutas - se alguém tiver ideias...POR FAVOR...Chamem a Ana Maria Braga, o Jamie Oliver, a Kapim do GNT, sei lá. Preciso de ajuda!).

A Dna. Maria me ensinou a fazer escolhas saudáveis e a cozinhar de forma saudável. Ambos vieram em casa, e creio que nenhum de nós esperávamos que nossa segunda-feira se tornaria tão prazerosa e saudável. Cercada de boa comida e de conversa gostosa!!! 

Outra surpresa agradável ocorreu no meio de nossa lida na cozinha, recebemos a visita do Pb. Antônio e de sua esposa Márcia Chagas! Uma benção! Pena de foram embora rapidinho.

Pela manhã a rotina foi de exame, pesquisa de fisioterapia e de reencontros com minha médica e enfermeiros do Samaritano. Novamente meus parabéns à equipe do Samaritano!!!!


Escolhas saudáveis só dependem de nós
Imagem: morgueFile free photos

Domingo de Graças - de volta aos braços do Pai

Neste último domingo (08.04.2012), domingo de Páscoa estive de volta à minha igreja. Já estava devendo uma visita há tempos, agora então depois de receber o meu milagre...precisava comparecer pessoalmente e agradecer à Deus pelo milagre da vida, por não ter morrido, por ter feito tantos amigos, por ter vivido mais em 27 dias do que nos meus 36 anos de vida. Vivi grandes experiências e emoções.

Tudo foi uma grande benção. Reencontrar os amigos, ser abraçada no momento mais lindo de um louvor pela minha irmã em Cristo Maroca. A Mara* desceu do púlpito e ministrou o louvor abraçada comigo....foi lindo....Mara!! Amei!! Meu espírito e minha alma precisavam ser ministrados com esse carinho.

Alguns irmãos não sabiam em detalhes o que havia acontecido comigo, outros me abraçavam e  me davam parabéns pela vitória. Foi muito bom...

Agora de volta à rotina...de volta à mesma rotina de anos atrás....Depois de tudo, andar, comer e voltar à Igreja são as melhores conquistas. Espero ser bem aceita de volta...Espero poder dar bons frutos...Espero ser um bom exemplo....

* existem agora duas Marocas em minha vida - uma enfermeira da alma, a Presb. Mara, da igreja e outra enfermeira do corpo, Mara, do Hospital Samaritano.



Imagem: internet

Sábado e Domingo: Maravilhosos!

Saí do hospital no sábado, dia 7 de abril de 2012 por volta das 11h da manhã e fomos, eu e o Philippe desesperados deixar nossas coisas em casa e fomos ao Shopping Bourbon. Isso mesmo. Eu saí do hospital e fui direto...

...ao shopping!!! Ele, desesperado por CD´s e eu, desesperada por uma podóloga! Foi a sorte grande encontrar horário e finalmente entregar meus pés à uma profissional linda e super competente. Meus pés pareciam patas de elefante. Inchados, grossos e cheios de cutícula. Um verdadeiro show de horror! Acredito que foi nessa oportunidade que tive a ideia de criar um blog dedicado aos cuidados para os pés, chamado Vitafeet. Foi essa podóloga quem salvou meus pés.



Imagem: internet

Depois dessa libertação fui ao salão da minha amiga Vilma, me entregar à depilação e também entregar minha cabeleira....Depois de 27 dias de hospital eu precisava de um Extreme Makeover...eu não me aguentava mais. Só não havia conseguido fazer a mão...outro desespero...rsrsr. Coisas de mulher...rs.

Domingo reencontrei o José. Nos encontramos finalmente após longas mensagens e telefonemas. José é realmente um senhor cavalheiro simpático e principalmente agora nessa minha nova fase preocupado com minha saúde, cheio de dicas e toques interessantes. José e o Lipe também se conheceram. Ambos pegando no meu pé com a alimentação!!! Graças a Deus!

Alta do Hospital!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Oi galera, bom dia...

Não posso reclamar de nada...nem da camisola do hospital, nem dos 27 dias de internação, pois eu nasci de novo. Os médicos perguntam sobre minha religião, minhas crenças...enfim creio em um único Deus! Forte, Onipotente, Cheio de Graça e Misericordioso....


Obrigada, meu Deus, por ainda estar viva!

Foi através dEle que pude conhecer as emoções de chegar à 240 de pressão ou 24 de pressão alta...ou a emoção de receber tanto carinho de tantos amigos, ou ainda a emoção de conhecer, no mínimo, mais de 60 profissionais que se tornaram novos amigos....todos torcendo e vibrando com a melhora de cada dia, com cada brincadeira e cada pincelada de bom-humor.

Do fundo do coração saio daqui (Hospital Samaritano, São Paulo) renovada....pela fé, pela vida, pelo amor que tanto recebi.

Sou grata a todos que torceram....Grata aos que estão felizes ao ler essa mensagem, pois estou com sequelas mínimas, imperceptíveis, penso que ainda sou produtiva, ainda tenho auto-estima e ainda sou vaidosa.

Agradeço às visitas, aos presentes e flores, aos chocolates e até maçãs cozidas com calda (agora meu doce favorito). Agradeço às orações na madrugada, às campanhas nas igrejas, às correntes de orações entre os intercessores...

Ainda gosto de churrascaria, de risada e de chocolate!!!! Vou aproveitar a vida, uma vez que, depois de tanto esforço, aprendi a comer novamente...”agora sei o prazer que a Magali sente...rsrs...sinto o mesmo....rs”.

Deixo aos leitores algumas dicas:
  • Não considere seu trabalho estressante, talvez você é que não esteja conseguindo transformá-lo num oásis.
  • Não pense que as pessoas são complicadas, pense que você é que não está tendo habilidade para conquistá-las.
  • Faça da sua vida um grande desafio e um eterno aprendizado. Agradeça a Deus o oportunidade de existir e caminhar...
  • Faça da sua vida uma poesia...
Que Deus continue nos abençoando e que todos nós possamos valorizar o abraço, os amigos e as nossas próprias vidas...Ame sua vida, ame seu corpo, Deus te deu apenas um corpo, cuide dele, é sua obrigação.

Um Bj,
Anne Sophie